Histórias infantis de ficção científica com robôs
O Segredo dos Robôs do Espaço
O Começo
Lia tinha apenas dez anos, mas sua curiosidade era maior do que a própria galáxia. Desde que aprendera a falar, fazia perguntas sobre as estrelas, os planetas e os mistérios do universo. Seu quarto era repleto de desenhos de foguetes, mapas inventados de constelações e pequenos robôs que ela montava com peças velhas encontradas na garagem.
À noite, gostava de deitar no gramado do quintal e olhar para o céu, tentando contar quantas estrelas conseguia ver antes de adormecer. Sonhava em ser uma exploradora espacial, conhecer mundos distantes e, principalmente, conversar com robôs inteligentes que ajudavam astronautas em suas missões.
Seu pai, engenheiro apaixonado por tecnologia, sempre sorria quando a via tão sonhadora. Ele acreditava que a imaginação da filha era um tesouro. Muitas vezes, enquanto ajustava circuitos no porão, repetia para ela:
— O futuro pertence a quem sonha, Lia. Nunca pare de imaginar.
Essas palavras ficaram gravadas no coração da menina, como uma estrela que nunca se apaga.
A Descoberta
Certa tarde chuvosa, Lia desceu ao porão da casa para brincar com as peças metálicas deixadas pelo pai. Enquanto revirava uma pilha de caixas antigas, encontrou uma especialmente estranha, coberta de poeira e marcada por símbolos que não reconhecia.
— O que será que tem aqui dentro? — murmurou, limpando a tampa com a manga da blusa.
Com algum esforço, abriu a caixa. Dentro havia uma esfera prateada, do tamanho de uma bola de tênis. Sua superfície refletia a luz fraca da lâmpada, e pequenas luzes azuis piscavam suavemente, como se estivesse respirando.
Curiosa, Lia apertou um botão azul bem no centro da esfera. Num estalo, a esfera se abriu como uma flor mecânica, revelando um minirrobô com olhos redondos e brilhantes que começaram a piscar.
— Olá! Eu sou o R-7, seu companheiro de aventuras — disse o robô com uma voz metálica, mas incrivelmente amigável.
Lia levou as mãos à boca, surpresa.
— Você… você fala!
— Claro! — respondeu R-7, rindo. — Falo, penso, calculo rotas estelares, sei cantar canções cósmicas e até contar piadas espaciais. Quer ouvir uma?
A menina riu de nervoso.
— Isso é inacreditável… Papai nunca me contou que tinha um robô escondido no porão.
— Talvez eu tenha ficado aqui esperando pela pessoa certa — respondeu R-7, piscando os olhos como quem guarda um segredo. — E acho que essa pessoa é você.
Naquele instante, Lia soube que sua vida acabaria de mudar para sempre.
O Convite
Naquela noite, quando todos já dormiam, R-7 acordou Lia com um leve brilho.
— Capitana, é hora de começar nossa missão — disse em tom misterioso.
— Missão? — Lia esfregou os olhos sonolentos.
O robô voou até a janela e apontou para o céu. De repente, uma nave imensa, em forma de cristal gigante, desceu silenciosamente no quintal. A rampa se abriu, emitindo um feixe de luz dourada.
Um robô imponente, alto, com uma capa dourada que reluzia como o sol, surgiu na entrada. Sua voz era firme, mas gentil:
— Jovem exploradora, precisamos de você. A galáxia Orionis está em perigo. Apenas uma criança corajosa poderá recuperar a Energia da Amizade, roubada por máquinas sombrias.
O coração de Lia disparou. Ela olhou para R-7, que acenou com entusiasmo.
— Vai, Lia! Essa é a sua chance de ser uma verdadeira exploradora espacial!
Sem pensar duas vezes, a menina correu até a nave. Era como entrar no próprio sonho.
A Viagem
Assim que a rampa se fechou, a nave decolou em silêncio, atravessando a atmosfera e mergulhando no espaço profundo.
Pelas janelas de cristal, Lia via planetas coloridos, luas cobertas de cristais e nebulosas que pareciam pinceladas de tinta no céu escuro. Cada curva do espaço trazia um novo espetáculo.
— Ali — explicou R-7, como um guia turístico animado — está a Lua de Safira, onde vivem robôs músicos. Eles tocam sinfonias que podem ser ouvidas a quilômetros de distância.
— E mais adiante — continuou o robô de capa dourada — está a Estação dos Inventores, onde crianças de várias galáxias se reúnem para criar novas máquinas que ajudam seus povos.
Lia sentia o coração bater tão rápido que parecia acompanhar o ritmo da nave. Tudo aquilo era mágico, mais real do que qualquer sonho que já tivera.
O Desafio
Quando finalmente chegaram a Orionis, a cena que encontraram era desoladora. O planeta, antes cheio de vida, agora estava silencioso e triste. Os robôs caminhavam cabisbaixos, com movimentos lentos, como se lhes faltasse força.
— O vilão Ferro Sombrio roubou a Centelha da Amizade, nossa fonte de energia — explicou o robô de capa dourada. — Sem ela, nosso mundo definha.
Lia apertou a mão de R-7, assustada.
— Como podemos recuperá-la?
— Apenas alguém com coragem verdadeira e coração bondoso pode atravessar o Labirinto das Estrelas, onde Ferro Sombrio escondeu a centelha.
A menina respirou fundo. Seu pai sempre dizia que sonhar era o primeiro passo para conquistar o impossível.
— Então eu vou — declarou com firmeza.
O Labirinto das Estrelas
O Labirinto das Estrelas era um lugar misterioso, feito de paredes de luz que mudavam de posição a cada instante. Era como andar dentro de um quebra-cabeça vivo.
No primeiro desafio, Lia entrou em uma sala cheia de enigmas flutuantes. Símbolos brilhavam no ar, formando perguntas que só poderiam ser respondidas com imaginação. Lia fechou os olhos e deixou sua criatividade guiar as respostas. Um a um, os enigmas se desfizeram em faíscas de luz.
Na sala seguinte, ilusões assustadoras surgiram: sombras de monstros, vozes que diziam que ela era fraca, que não conseguiria. Lia quase chorou, mas R-7 segurou sua mão metálica em sua mão pequena.
— Amizade é a chave — lembrou ele. — Confie em mim.
Com coragem renovada, Lia enfrentou cada medo e avançou.
O Encontro com Ferro Sombrio
No centro do labirinto, uma sombra colossal se ergueu. Ferro Sombrio apareceu: um robô gigante, com armadura negra e olhos vermelhos como brasas. Sua voz ecoava como trovão.
— Criança, você acha que pode derrotar minha escuridão?
Lia tremeu, mas respondeu com firmeza:
— Não quero lutar. Quero mostrar que amizade é mais forte que medo.
Ela estendeu a mão. R-7, brilhando ao seu lado, projetou uma onda de luz azul que se uniu ao coração de Lia. Uma energia quente e brilhante espalhou-se pelo labirinto, desfazendo as sombras.
Ferro Sombrio caiu de joelhos. Seus olhos vermelhos se tornaram verdes, revelando tristeza.
— Eu… eu só queria ter amigos — confessou, em voz baixa.
Lia sorriu, com o coração cheio de compaixão.
— Então venha conosco. Você não precisa ficar sozinho.
A Vitória
A Centelha da Amizade voltou a brilhar intensamente, iluminando todo o planeta Orionis. Os robôs, antes cabisbaixos, recuperaram suas forças. Cantaram, dançaram e celebraram juntos.
O robô de capa dourada inclinou-se diante de Lia.
— Você nos salvou. Sua coragem e bondade reacenderam a amizade em toda a galáxia.
R-7 deu uma cambalhota no ar e disse:
— Eu sabia que minha capitã era a melhor do universo!
O Retorno
De volta à Terra, Lia acordou em sua cama. Por um instante, pensou que tudo tinha sido apenas um sonho. Mas ao lado do travesseiro, R-7 piscou os olhos brilhantes.
— Missão cumprida, capitã!
Lia abraçou o robô. Agora tinha certeza de que aquela havia sido apenas a primeira de muitas aventuras espaciais. E, no fundo do coração, sabia que o segredo dos robôs do espaço nunca deixaria de acompanhá-la.





Também acho estranho, essa parte não aparece sequer, o tal "pequeno apartamento" só é mencionado como estar em intenções de…