Filhos abandonam idoso na floresta para herança, mas a reação do lobo chocou a todos

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A floresta mergulhava numa escuridão densa. No chão úmido, ao pé de um velho carvalho, sentava-se um homem idoso. Sua respiração era pesada, as mãos tremiam de frio e os olhos estavam cheios de desespero. Os próprios filhos o haviam trazido até ali e abandonado, como um objeto sem valor.

Há muito tempo que os filhos aguardavam sua morte. A herança — uma grande casa em Lisboa, terras no Alentejo e uma quantia em euros — seria deles. Porém, o velho teimava em viver. Decidiram então apressar o fim: deixaram-no na floresta isolada, sem comida nem água, esperando que os animais selvagens cumprissem o destino, e a polícia julgasse um acidente.

O pobre homem recostou-se na árvore, temendo cada som à sua volta. O vento uivava ao longe, mas através dele vinha outro som — o uivar dos lobos. Ele sabia que o fim estava próximo.

— Meu Deus… é assim que vai ser… — murmurou, juntando as mãos em prece.

Nesse momento, um galho estalou. Depois outro. Os ruídos aproximavam-se. O velho tentou levantar-se, mas o corpo não respondia. Seus olhos procuravam na escuridão até que, de trás de um arbusto, surgiu um lobo.

O animal avançou lentamente pela trilha. Seu pelo brilhava sob a luz da lua, e os olhos cintilavam. O lobo mostrou os dentes e aproximou-se.

«Chegou a hora», pensou o velho.

Ele fechou os olhos e começou a rezar em voz alta, esperando a dor dos dentes afiados. Mas, de repente, aconteceu algo que nunca imaginaria.

O lobo não atacou. Aproximou-se lentamente, parou e então… inclinou a cabeça e uivou baixinho, como se falasse com ele.

Sem entender, o homem estendeu a mão — e o animal não recuou. Pelo contrário, permitiu que tocasse seu pelagem espessa.

Foi então que o velho se lembrou. Anos atrás, quando ainda tinha forças, encontrara um jovem lobo preso numa armadilha de caçadores. Na época, sem medo, arriscou-se para abrir os dentes de ferro e libertá-lo. O lobo fugira, sem olhar para trás… mas, ao que parece, não o esquecera.

Agora, aquele predador solitário curvava-se diante dele, como diante de seu salvador. O lobo abaixou-se ainda mais, indicando: suba.

Com dificuldade, quase sem forças, o velho agarrou-se ao pescoço forte do animal. O lobo ergueu-se e carregou-o através da floresta escura. O homem ouvia os galhos quebrarem sob as patas e via sombras de outros animais ao redor, mas nenhum ousava aproximar-se.

Após alguns quilômetros, uma luz apareceu à frente — uma aldeia. Os moradores, ouvindo os cães latirem, saíram correndo e viram algo inacreditável: um lobo enorme depositou cuidadosamente o idoso exausto, mas vivo, diante del seu portão.

Ao ser acolhido pela bondade dos aldeões, o velho chorou. Não de medo, mas ao perceber que um animal fora mais humano do que seus próprios filhos.

A vida ensina que a gratidão e a bondade não conhecem espécies, e que às vezes, os maiores monstros usam forma humana.

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1 Response

  1. Rosane Moreira diz:

    É por isso que eu gosto mais de animais do que de gente!

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