A Esposa Viajou a Trabalho por Um Mês… e ao Voltar, Descobriu Algo Inacreditável Sob o Travesseiro do Marido.

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**Diário de um Homem**

Voltei de uma viagem de negócios que durou um mês e, assim que pus os pés em casa, a minha mulher abraçou-me com força: “Vamos para o quarto, senti tanto a tua falta…” Sorri, sem saber que aquele abraço seria o início de dias que nunca esqueceria. Porque naquela casa, não era só a minha esposa que me esperava…

**As melhores férias**

Lisboa, início de maio. A primeira chuva da estação caiu de repente, como o desabafo de uma mulher que acabara de sair do aeroporto depois de um mês de trabalho intenso no Porto. Ana arrastava a mala, o coração a bater de ansiedade. Não era apenas pelo sucesso do projeto — embora isso também a enchesse de orgulho —, mas porque finalmente voltava para casa. Para o Francisco, o homem que todas as noites lhe dizia “amo-te” antes de adormecerem.

Ana abriu a porta com a digital, o coração a acelerar como na primeira vez que visitara o namorado. A casa de dois andares estava em silêncio, cheirando a limpeza recente. Mal pousou a mala, ouviu passos apressados a descer as escadas.

“Estás de volta, amor!” exclamou Francisco, abraçando-a como se não a visse há um ano. Apertou-a com tanta força que ela quase não conseguiu respirar, depois sorriu:
“Vamos para o quarto! Senti tanto a tua falta!”

Ana riu, aninhando-se no ombro dele. O cheiro da sua pele, a respiração acelerada, o brilho nos olhos — tudo lhe transmitia paz. Concordou:
“Deixa-me só tomar um banho primeiro.”

Francisco fez beicinho, mas aceitou. Enquanto ela se lavava, ele pôs música suave e preparou-lhe um sumo de laranja, deixando-o em cima da mesa. Pequenos gestos, mas que significavam tudo para Ana.

Naquela noite, abraçaram-se como se nunca tivessem estado separados. Francisco sussurrou-lhe palavras doces, e Ana sentiu-se sortuda. Sabia que muitas mulheres carregavam o peso do mundo sozinhas, mas ela tinha um homem que a cuidava e a fazia sentir amada.

Na manhã seguinte, Francisco levantou-se cedo para preparar o pequeno-almoço: ovos, pão e um galão bem fresco, do jeito que ela gostava. Disse:
“Fica bem, amor.”

Ana sorriu, feliz. Talvez dissessem que os homens portugueses não eram românticos, mas o seu marido era a exceção.

Porém, a felicidade, por vezes, é como o cristal: transparente, bela… e frágil.

Três dias depois, Ana encontrou uma fita de cabelo vermelha debaixo da almofada. Não era dela. Nunca usava daquele tipo, muito menos daquela cor.

Segurou-a entre os dedos por um longo momento. Não sentiu um ciúme avassalador ou fúria, apenas uma tristeza profunda, como uma melodia que se desvanece lentamente. As mulheres têm um sexto sentido. Não disse nada.

Naquela noite, enquanto repousava a cabeça no braço de Francisco, perguntou suavemente:
“Enquanto eu estive fora… alguém veio cá a casa?”

Francisco respondeu sem hesitar:
“Só o Miguel veio pedir a furadeira emprestada, mais ninguém.”

Ana anuiu em silêncio, mantendo a expressão calma. O sorriso nos lábios era forçado. Francisco não notou nada, ou talvez fingisse não notar. Continuou a abraçá-la, contando histórias do trabalho. Mas aquelas palavras, que deviam preencher o vazio da distância, só alargavam o buraco no seu coração.

O sexto sentido dizia-lhe que algo estava errado. Uma fita vermelha. Um embrulho de rebuçado estranho debaixo da cama. O gesto nervoso de Francisco ao receber uma mensagem e virar o telemóvel. Tudo se encaixava num puzzle doloroso.

Uma noite, Ana esperou que Francisco adormecesse. Pegou no telemóvel dele com mãos trémulas. O coração batia forte. Verificou chamadas, mensagens, redes sociais. Nada de estranho, até aparecer uma conversa com um nome feminino que nunca ouvira.

Lê. Primeiro, frases inocentes. Depois, palavras cada vez mais íntimas. “Sinto muito a tua falta.” — “Vou buscar-te no sábado.” — “O jantar foi perfeito, na próxima será melhor.” — “Boa noite, amor ❤.”

O golpe foi brutal. As datas coincidiam exatamente com as semanas em que estivera no Porto. A fita vermelha, o rebuçado, o nervosismo… tudo fazia sentido.

As lágrimas começaram a rolar. Ana olhou para o rosto tranquilo de Francisco, tão pacífico, tão falso.
“Enganaste-me, Francisco?” sussurrou entre soluços abafados.

Correu para a casa de banho, trancou-se e chorou até não aguentar mais. Mas quando se olhou no espelho, entre o rosto cansado e os olhos vermelhos, viu algo mais: determinação. Já não era a mulher frágil que descobrira a verdade minutos antes.

Na manhã seguinte, confrontou Francisco. Mostrou-lhe a fita.
“Explica isto.”

Marmanjou desculpas: “Deve ser do Miguel… deve ter deixado aqui…” Mas Ana interrompeu-o com uma gargalhada amarga.

“O Miguel? Um homem a usar fitas vermelhas? E também foi ele que te mandou mensagens a dizer ‘Sinto a tua falta, amor’? Achas que sou parva?”

Francisco empalideceu. O silêncio foi a sua confissão. Quando finalmente murmurou “Perdoa-me… não sei porque o fiz…”, Ana sentiu o mundo desmoronar-se.

Expulsou-o de casa. Chorou, desfez-se, ligou à melhor amiga em busca de conforto. A casa, que dias antes fora um refúgio, transformou-se num lugar frio, cheio de memórias falsas.

Sentada à janela, a ver a chuva cair sobre Lisboa, Ana perguntou-se: *Quantas lágrimas terei de derramar até encontrar paz outra vez?*

E no meio daquela dor, surgiu uma certeza: a tempestade passaria, o sol voltaria a brilhar, e ela, apesar de partida, aprenderia a levantar-se. Porque até as cicatrizes mais profundas, um dia, tornam-se sinais de força.

Os dias seguintes à partida de Francisco foram um inferno silencioso. A casa era grande demais, vazia demais. Cada canto — o sofá, a mesa de jantar, a cama que ainda cheirava a ele — era um lembrete doloroso. Ana chorou até as lágrimas secarem, deixando só um vazio gelado no peito.

Mas no meio daquela dor insuportável, algo começou a mudar dentro dela. Um pensamento persistente repetia-se: *Não posso deixar que esta traição destrua o resto da minha vida.*

A primeira semana foi a pior. Ana quase não comeu nem dormiu. As amigas revezaram-se a visitá-la, levando-lhe comida e distraindo-a. Uma delas disse:
“Ana, ninguém merece as tuas lágrimas. Muito menos quem não te soube valorizar.”

Aquela frase ficou-lhe gravada. Como uma faísca na escuridão.

Pouco a pouco, Ana começou a retomar o controlo. Levantava-se cedo, vestia-se com cuidado mesmo sem ter de sair. Enchia a casa de flores frescas, mudou os lençóis e pintou o quarto de outra cor. Como se, com cada mudança, apagasse um traço de Francisco.

No trabalho, deu o seu melhor. Os colegas admiravam-lhe a força, sem imaginar a tempestade por que passara. Os projetos deram-lhe umE quando ele estendeu a mão para ajudar a recolher os seus papéis depois de uma reunião, ela sorriu e percebeu que, afinal, o amor podia nascer de novo, mas desta vez sem pressa e sem medo.

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